Razão social:
Uma das razões para o congelamento de óvulos é a razão social, que nada mais é do que a preservação da fertilidade para postergar a maternidade. É notório que nos tempos atuais, as mulheres, em virtude de trabalho, dificuldade em encontrar o parceiro ideal e por opções pessoais têm adiado a maternidade para próximo dos 40 anos de idade. O problema é que nesta idade há um decréscimo importante da fertilidade e, paralelamente, um aumento nas taxas de abortamento (tabela 1).
Tabela 1. Adaptado de Menken et al.1 e Anderson et al.
Mesmo com fertilização in vitro, as chances destas mulheres terem um bebê é de 17% por ciclo (comparado a quase o dobro nos casos de pacientes com 35 anos). Além disto, o risco de malformações aumentam com a idade, a Síndrome de Down, por exemplo, é de 1/100 em bebês de mães de 40 anos, comparado com o risco de 1/378 nas gestantes com idade de 35 anos (tabela 2).
Tabela 2.* Modificado de Hook et al.3
or estas razões, o Congelamento de óvulos, segundo trabalhos internacionais é recomendado preferencialmente antes dos 36-38 anos4,5 de idade; embora, quanto mais cedo congelar, maior número e melhor qualidade de óvulos serão obtidos.
Recentemente, um trabalho da New York University5 publicado na principal revista Americana de Reprodução Humana (a Fertility Sterility, vinculada a Associação Americana de Reprodução Humana) estabeleceu uma estratégia para as mulheres de 35 anos congelarem 16 óvulos para serem descongelados, fertilizados e transferidos para o útero materno aos 40 anos, caso esta mulher não engravide em 6 meses de tentativas espontâneas. Desta forma, estas mulheres terão aproximadadente 62% de chance de gestação com um esquema que mostrou ser custo-efetivo até os 38 anos de idade.
Razões Médicas:
Também é possível congelar óvulos, ou embriões (se houver um parceiro) antes de um tratamento de câncer, doenças auto-imunes e reumatológicas, ou ainda Síndrome de Turner e mutação dos genes BRCA1 e 2. Estas doenças, ou seus tratamentos podem diminuir ou extinguir a fertilidade.
As Sociedades Americanas de Oncologia Clínica (ASCO) e de Reprodução Humana (ASRM) recomendam que pacientes que receberão tratamento de câncer, tenham a chance de discutir sobre a fertilidade futura e que sejam encaminhadas para especialistas na área de preservação de fertilidade6,7.